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O que temos a aprender com a Polônia? Como um país divido tantas vezes pela guerra saiu por cima e é uma das economias que mais cresce na Europa?
Segundo Irving Copi, o estudo da lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto. Consequentemente, uma pessoa com conhecimento de lógica tem mais probabilidades de raciocinar corretamente.
O estudo da lógica proporcionará as pessoas analisar e identificar métodos incorretos de raciocinar, não apenas os das outras pessoas, mas também seus os próprios. Sempre foi importante e atualmente a lógica ganha um contexto ainda mais interessante dado a massa de desinformação que se propaga à uma velocidade nunca antes vista. Como sou contra censura e a favor da liberdade, não devemos nos apoiar no argumento de que a proliferação de conteúdo com objetivo de pura desinformação (que é diferente de um conteúdo apenas mentiroso) seria um motivo para limitar o uso da internet ou das redes sociais. A peça fundamental da lógica é a proposição. Por definição, uma proposição é uma frase declarativa, escrita ou representada por símbolos, que aceita apenas dois valores - lógicos - possíveis: verdadeiro ou falso. Uma proposição pode ser simples ou composta, caso seja formada por duas ou mais proposições. Quer um exemplo? Se eu digo "O Outspoken Market possui um canal no Youtube", isto é uma proposição, pois aceita o resultado de verdadeiro ou falso: nesse caso, verdadeiro :) Diferentemente de quando você diz - "Tenha um bom dia!", onde aqui não cabe a atribuição dos dois valores lógicos. Da proposição chegamos na contradição. Uma contradição acontece apenas quando temos uma proposição composta e seu resultado é sempre falso. A proposição composta "Eu gosto de todas as frutas mas não gosto de morango" é uma contradição, pois morango é uma fruta. Há outra coisa dentro da lógica que é o chamado argumento. Ele é um grupo de proposições iniciais que te conduz à uma outra proposição final, que será conseqüência das primeiras. Todo argumento possui uma premissa e conclusão (ou hipótese e tese). Um argumento pode ser considerado válido (ou legítimo) quando sua conclusão é uma consequência obrigatória de suas premissas. Intuitivamente conclui-se que um argumento é considerado inválido quando as suas premissas não são suficientes para provar a verdade da conclusão. Entender o princípios fundamentais do raciocínio lógico, ou seja, os conceitos de proposição, contradição e argumento é importante para abrirmos a mente para identificar as falácias argumentativas. Mas, primeiro, o que é uma falácia? Do dicionário temos que uma falácia é "qualquer enunciado ou raciocínio falso que entretanto simula a veracidade; sofisma.". Ou seja, uma falácia é um argumento inválido, quando as premissas não são suficientes para provar a verdade da conclusão. E é aqui que mora o perigo. Lembra que no começo do post que falamos sobre a desinformação? Pois bem, ela é nada mais do que um conjunto de falácias, uma simulação da verdade com o intuito de te conduzir a um pensamento incorreto, ilógico. Qualquer tipo de debate, seja no seu trabalho ou até em uma discussão política para aprovação de uma lei, está sujeito às falácias argumentativas. Isto é ainda mais arriscado quando tem-se a tentativa de provar ideologias ou pontos de vista onde é já sabido que se carece de provas materiais para sustentar a veracidade de tais fatos. Não devemos acreditar em tudo o que ouvimos ou lemos, principalmente discursos, com textos, e argumentos que lhe apresentam nos debates do dia-a-dia. Vamos ver alguns exemplos de falácias? Sim, elas já foram identificadas e classificadas ao longo do tempo. Vamos a elas! Apelo ao Povo (argumentum ad populum) Este tipo de falácia é muito comum quando as pessoas não conseguem provar a fonte de uma certa informação, mas mesmo assim querem continuar a disseminar uma ideia. É a intuição clássica que se um número crescente de pessoas defende uma certa ideia, mas verdadeira ela é. O bonito da lógica é que uma preposição será verdadeira você acreditando nela, ou não. A falácia de apelo ao povo pode ser reconhecidas com expressões como "dizem", "me disseram uma vez", "ouvimos dizer". A contra-argumentação correta contra este tipo de falácia é aquela simples frase da sua mãe: "Se fulano pular da ponte você também vai pular?" Ataque à Pessoa (argumentum ad hominem) É uma das falácias que mais demonstra a fraqueza de um debatedor. Consiste em atacar a imagem da pessoa, e não os seus argumentos. Vemos isso muito em debates entre políticos, ideológicos ou quando alguém apresenta um sucesso indiscutível, mas invejosos não conseguem provar o contrário. É comum detectar essa falácia em frases como: "Como vão acreditar em você que que é apenas um jovem?", "Seu mentiroso, fascista!". É também encontrada na forma de acusação da outra parte daquilo que você mesmo está fazendo. Ao ser acusado de corrupção, o outro contra-argumenta que "Os outros também são". Isso não prova absolutamente nada e apenas é um desvio de atenção do ponto principal do debate, mostrando a pobreza dos argumentos do debatedor. Mudança do Ônus da Prova Quando você possui uma convicção e outra pessoa não acredita na mesma coisa que você, esta falácia geralmente vem à tona. Ela consiste em transferir ao ouvinte o ônus de provar a afirmação. Alguns exemplos - "Se Deus existe, porque existe fome na África?" ou "Se o capitalismo é a melhor forma de trazer riqueza, por que ainda existe pobreza no mundo?". O contra argumento aqui é simples: primeiro que a responsabilidade da prova cabe à quem fez a afirmação. Segundo, contra argumente que se algo não é possível de se provar, não significa que a sua afirmação é verdadeira. O Homem de Palha A falácia do espantalho é uma das minhas preferidas em observar. Ela consiste em desvirtuar um argumento ou atribuir falsas idéias ao oponente para atacá-lo mais facilmente. Quando você se diz contra a CLT por exemplo e alguém fala - "você é contra os trabalhadores"! Ser contra uma legislação ultrapassada, não implica em ser contra o trabalhador. Este foram apenas alguns exemplos de inúmeros. O raciocínio lógico é um campo de estudo muito interessante e nos protege não só de cair em falso argumentos, mas também de criá-los. Afinal, é bastante tentador apelar para as falácias quando aquele seu ponto de vista que é defendido mais pela emoção do que pela razão está sendo fortemente derrotado. Um abraço e até o próximo post!
How I Turned a Dollar into a Million in Twenty Days Working Thirty Seconds a Morning*
A expressão acima se assemelha a muitos livros, títulos de vídeos e promessas milagrosas que existem por aí. Eu a pego emprestada de um discurso feito por Warren Buffett em 1984. A expressão com tradução livre - Como eu fiz 1 dólar virar 1 milhão em vinte dias trabalhando apenas 30 segundos pela manhã - foi dita no contexto em que Buffet pediu à sua platéia que imaginasse todos os 225 milhões de americanos (na época) apostando 1 dólar em cara ou coroa após um lançamento de uma moeda. Os que perdessem a aposta seriam eliminados imediatamente e seus dólares seria dados aos que acertaram a aposta. No dia seguinte, o jogo continuaria com o que sobraram e a aposta não seria mais de 1 dólar, mas sim dobrada, de 2 dólares. Novamente, os perdedores seriam eliminados e os ganhadores terminariam o seu dia com 4 dólares (os seus 2 iniciais mais os 2 dos perdedores). Se o jogo seguisse esse raciocínio por 20 dias, cerca de 215 pessoas restariam jogando ao vigésimo dia. Cada uma teria então 1 milhão de dólares!
Eis que então ele disse a frase do início deste post. Segundo ele, provavelmente alguns dos vencedores escreveriam livros descrevendo seus "métodos" e o título seria: How I Turned a Dollar into a Million in Twenty Days Working Thirty Seconds a Morning. E nesta altura do campeonato começam as falácias. Alguém pode argumentar que se não fosse possível, como é que existem 215 pessoas que o fizeram?
E se essas pessoas fossem substituídas por macacos? O resultado seria quase o mesmo: muitos macacos com 1 milhão de dólares. Então, Leandro, você está nos dizendo que foi apenas sorte. Sim, neste caso da anedota contada por Warren Buffett. E em um exemplo real? Seria também muito parecido. Em seu livro "A lógica do cisne negro", Taleb menciona que a aleatoriedade, chance e sorte influenciam nossas vidas muito mais do que imaginamos e que nós tentamos sempre explicar as coisas sobre a ótica de causa e efeito, mas nos esquecemos que correlação não necessariamente implica em causalidade. Ou seja, minha vida é conduzida pela sorte? Bem, sim e não. Trabalhar duro, se dedicar, estudar e ser uma pessoa correta sem dúvida alguma aumenta suas chances na vida, assim como ter e saber usar alguma habilidade em particular que você tenha. Mas sempre existirá um componente aleatório em tudo isso. Por que não existem tantos Warren Buffetts, Bill Gates ou quaisquer outros exemplos de pessoas super bem sucedidas em suas áreas? A parte qualquer talento que eles tenham (e com certeza possuem), o contexto de vida deles foi único em um dezena de gerações. Claro que nem tudo é sorte ou aleatoriedade, mas as coisas são bem mais aleatórias do que imaginamos. Durante nossas vidas em algum período vamos experimentar uma sequência arrasadora de eventos bem sucedidos. Vamos atribuir isto a Deus, a nós mesmos, a alguém, não importa. Isto será apenas um caso fora da curva. Do mesmo modo em que ao menos alguma vez podemos enfrentar uma sequência de situações ruins. Focando na pessoa "sortuda", ela vai nos parecer que por algum momento está fazendo algo de excepcional. Provavelmente sim, mas talvez essa não seja a única razão para o sucesso. Este é o famoso ditado "estar no lugar certo, na hora certa". É claro que não adianta em nada ter uma oportunidade e não aproveitá-la, não administrá-la bem. Isto significa conseguir maximizar a sua sorte mas, no fim do dia, é apenas saber como enfrentar uma série de eventos sorte e/ou de azar. A grande questão de tudo isso é que algumas pessoas se aproveitam destes "casos de sucesso" e os transformam em verdades absolutas. Ou pior, tentam vender fórmulas mágicas para o sucesso. Não existe almoço grátis! Fuja destes livros com fórmulas rápidas de como ganhar dinheiro, ou que contam o "segredo de fulano para enriquecer rapidamente". Se inspirar em histórias de sucesso é uma coisa...ser enganado por promessas é outra. As pessoas geralmente não atribuem a aleatoriedade ao seu sucesso, mas certamente a atribuem aos seus fracassos. As coisas são baseadas em tantos acontecimentos que é praticamente impossível entender todas as variáveis envolvidas no processo ou ter o controle sobre tudo o que está acontecendo. Se alguém é cético o bastante para se convencer que a vida não possui algum tipo de sorte, jamais será impossível entender o que fazer quando ela passar pela sua frente. Fechando o raciocínio com Tiger Woods - "Quanto mais eu treino, mais sorte eu tenho". Sim, sua vida será conduzida pela sorte. Ela será mais uma variável dentre muitas, mas não a negligencie. Um abraço e até o próximo post! Referência: Warren Buffett discussed the success of Graham’s superinvestors in a 1984 - “The-Superinvestors-of-Graham-and-Doddsville“
Para alguns pode até parecer um assunto chato, mas é muito importante para quem investe ter alguma noção de probabilidade. Já aprendemos aqui no Outspoken Market que o movimento dos preços em qualquer mercado é sempre baseado no efeito básico de Oferta x Demanda, mas prever para qual direção este movimento vai acontecer é muito difícil. Posto isto, os mercados seguem alguma similaridade com outros eventos classificados como aleatório e, com isso, podemos aprender algo sobre probabilidade de eventos aleatórios. O exemplo mais simples possível da literatura é o lançar de uma moeda. Acredita-se que seja um evento aleatório, mas a verdade é que o lançamento de uma moeda é mais relacionado à física do que à aleatoriedade em si. Para que o lançamento da moeda seja aleatório, deveria-se garantir que a força, direção, atrito e todos os demais fatores do ambiente fosse exatamente o mesmo em todos os lançamentos, assim como a moeda fosse projetada perfeitamente, sem nenhuma irregularidade em sua face de contato. O engano de se achar que o lançamento de uma moeda é aleatório advém do fato de que a impossibilidade de predizer o resultado este seria então aleatório.
A lei das médias Um erro muito frequente a respeito de probabilidade é a crença na "lei das médias". Ou seja, se julgo que a probabilidade de cara ou coroa é de 50%, a ideia do senso comum diz que, na média, o resultado será 1 cara para cada 1 coroa. É nisso que se baseia o contexto da falácia do apostador. Se eu jogar uma moeda e saírem 10 coroas sucessivamente, as pessoas tendem a achar que a probabilidade de sair uma cara é maior nas próximas jogadas, o que é um erro clássico. Na décima primeira jogada, a probabilidade de uma cara é exatamente a mesma que todas as outras anteriores: 50%. A moeda não possui memória dos eventos anteriores para que ela "se lembre" que a cada coroa dada a chance de uma cara vir é maior... Este mesmo raciocínio se aplica no momento de investir. Cada trade é um evento independente do anterior, e segue a probabilidade dada pelo seu método de trading. Logo, não pense - nunca pense - em usar a "lei das médias" na hora de investir. Se você tem um trading system que te de 60% de chances de ganhar, ao perder um trade, não significa que o próximo terá mais chances de ganho. A probabilidade será sempre a mesma, de 60%. Uma sequência de stop losses Outro pronto relevante é quando temos uma sequência de stop losses, de perdas. Se o seu trading system te da a chance de ganhar 5 a cada 10, 50%, a probabilidade de você ganhar 1 trade é de 1/2, e de ganhar 2 trades seguidos é de 1/4 (1/2 x 1/2) ou seja, 25%. E assim sucessivamente. Logo, a chance de você ganhar seis trades em sequência é de 1/64...meros 1.56% É simples pensar neste conceito analisando cada operação individualmente. Entretanto, a probabilidade de ganhar 2 trades seguidos a cada 100 é um cálculo muito diferente e fora do escopo deste post. Mas, só para te dar um exemplo, a probabilidade de se ganhar 6 trades seguidos a cada 100 é de 54%, e não mais de meros 1.56%. A matemática pode incrivelmente jogar a seu favor ou contra, já que o mesmo se aplica para a sequência de perdas. Por isso é importante a gestão de risco Pensando sempre que você pode ter uma sequência de trades errados, é importante ajustar o seu gerenciamento de risco corretamente. O quanto você opera a cada trade? Quanto do seu capital está envolvido? Será que você aguenta uma sequência de 6 stop losses? E de 20? Pensar nestas possibilidades te ajuda na probabilidade de se manter no jogo, mesmo quando o pior acontecer. Por isso é tão importante ter noções de probabilidade na hora de investir, além de conhecer muito bem como funciona a metodologia que você esta usando para tal investimento. Este post é uma introdução aos próximos tópicos em que falaremos sobre como gerenciar melhor seus trades, psicologicamente e matematicamente. Inscreva-se em nossa newsletter para não perder nenhum! Um abraço e até o próximo! |
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